domingo, 23 de setembro de 2007

Que fiquem botões...

Resíduo (Carlos Drummond de Andrade)

De tudo ficou um pouco
Do meu medo. Do teu asco.
Dos gritos gagos. Da rosa
ficou um pouco

Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).

Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
pouco, pouco, muito pouco.

Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
de duas folhas de grama,
do maço
- vazio - de cigarros, ficou um pouco.

Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.

Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?

Um pouco fica oscilando
na embocadura dos rios
e os peixes não o evitam,
um pouco: não está nos livros.

De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
pinga esta gota absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
este vidro de relógio
partido em mil esperanças,
este pescoço de cisne,
este segredo infantil...
De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver... de aspirina.
De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.

Às vezes um botão. Às vezes um rato.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Esse post é para você, meu doce menino!

E você sabe que é seu...

Sempre que eu ouço e sempre que eu ouvir esta música é de você que eu me lembrarei com muito amor e carinho.

E saiba que: "Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você, só enquanto eu respirar...".

Já dissemos muitas coisas um para o outro e acho que mais nada precisa ser dito aqui.

Assim encerra-se mais este ciclo das nossas vidas.
E só assim um novo ciclo pode ser iniciado...


O Anjo Mais Velho (by: O Teatro Mágico)
Composição: Fernando Anitelli

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete, a cena se inverte
enchendo a minha alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

tua palavra, tua história
tua verdade fazendo escola
e tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

metade de mim
agora é assim
de um lado a poesia o verbo a saudade
do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
e o fim é belo incerto... depende de como você vê
o novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você

Só enquanto eu respirar

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar



Pra você:
Eu te amo pra sempre...

Pra todos:
Eu também sei que novos amores podem nascer...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Pecados?!?

Carne e Osso (by: Zélia Duncan)
Composição: Moska e Zélia Duncan

Alegria do pecado
Às vezes toma conta de mim
E é tão bom
Não ser divina
Me cobrir de humanidade
Me fascina
E me aproxima do céu...

E eu gosto
De estar na Terra
Cada vez mais
Minha boca se abre
E espera
O direito ainda
Que profano
Do mundo ser
Sempre mais humano...

Perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito
Insosso!
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser
Carne e osso!

Alegria do pecado
Às vezes toma conta de mim
E é tão bom
Não ser divina
Me cobrir de humanidade
Me fascina
E me aproxima do céu...

E eu gosto
De estar na Terra
Cada vez mais
Minha boca se abre
E espera
O direito ainda
Que profano
Do mundo ser
Sempre mais humano...

Pois perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito
Insosso!
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser
Carne e osso!
Nã nã nã nã nã nã nã...

Perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito
Insosso!
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser
Carne e osso!
Carne e osso!
Carne e osso!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Neste último final de semana...

Só para dizer que tive um excelente final de semana!

Foi um sábado de reencontros! Delicioso!
Manhã, tarde e noite!

Na parte da manhã, revi amigos muito queridos, amigos que eu nem imaginava o significado que tínhamos uns para os outros, até sábado. Amigos, gosto muito de vocês e espero tê-los sempre por perto!

No começo da tarde, revi minha querida instrutora, que me ajudou a dirigir e que se tornou uma grande e muito querida amiga! Adorei rever você e colocar nossos papos quase em dia! Ainda tem mais... Hehehe! ;)

E finalmente na parte da noite tive um jantar delicioso na Casa Pizza, com amigos muito especiais e queridos. Sim, eu me arrumei toda e me senti linda porque eu ia encontrar pessoas incríveis! Queridos, amo vocês!

Já o domingo, foi em família, papos, risadas e mais papo e filmes bonitinhos, daqueles que eu a-do-ro! Muito bom!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

100-SA-CIO-NAL! (Setembro)

Dando continuidade à matéria da Bons Fluidos de Agosto/2007, edição nº 100.

Com um certo atraso, eu sei...

Aqui vai a lista do mês de Setembro.

007 - SÁBADO SEM CARRO. Algumas pessoas já contribuem para o bem-estar do planeta deixando o carro na garagem nos fins de semana. Bônus: o hábito de caminhar faz bem a seu coração.

008 - CORPO SEM TOXINAS: a medicina tradicional chinesa diz que a primavera é a estação da renovação. No prato, inclua mais alimentos frescos, frutas da época, grãos e sementes.

009 - FENG SHUI TAMBÉM DESINTOXICA. Ao limpar nossa casa, já estamos colaborando para a harmonia do Universo.

010 - AH, OS PERFUMES. O aroma pode fazer a diferença para começar bem o dia.

011 - BEIJAR. E tem idéia melhor?

012 - E TAMBÉM ABRAÇAR. Um gesto absolutamente liberado.

Meu comentário:
EU, particularmente, AMEI a listinha do mês de Setembro! ;)

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Para comemorar meu 18º post!

Inspiração!!!

Mais Uma Vez (by: Jota Quest)
Composição: Fernanda Mello, Rogério Flausino e PJ

Te tenho com a certeza
De que você pode ir
Te amo com a certeza
De que irá voltar
Pra gente ser feliz
Você surgiu e juntos
Conseguimos ir mais longe

Você dividiu comigo a sua história
E me ajudou a construir a minha
Hoje mais do que nunca somos dois
A nossa liberdade é o que nos prende

Viva todo o seu mundo
Sinta toda liberdade
E quando a hora chegar, volta...
O nosso amor está acima das coisas... desse mundo

Vai dizer que o tempo
Não parou naquele momento
Eu espero, por você
O tempo que for
Pra ficarmos juntos
Mais uma vez

Te amo com a certeza
De que você pode ir
Te tenho com a certeza
De que irá voltar
Pra gente ser feliz
Você surgiu e juntos conseguirmos ir mais longe
Você dividiu comigo a sua história
E me ajudou a construir a minha
Hoje mais do que nunca... somos dois

Vai dizer que o tempo
Não parou naquele momento
Eu espero por você
O tempo que for
Pra ficarmos juntos
Mais uma vez...

Não parou naquele momento
Eu espero por você
O tempo que for
Nós vamos estar juntos
Estar juntos
Mais uma vez

Amor, Amor, Amar...

Li o seguinte trecho no blog Olhos Recém-Nascidos, de autoria da Marina F.

Gostei tanto, que resolvi citá-lo!

"... quero ter um amor simples e banal, tranqüilo, com cafunés à beira-mar, pôr-do-sol, guerra de travesseiros, preguiça entre lençóis, brigadeiro e beijos na boca em dia de chuva. Só isso. É pedir muito?"

Lindo, não é?

Ah, eu também quero!